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Como montar uma cadência multicanal que gera conversas (e não só mensagens)

Veja como estruturar uma cadência multicanal B2B que gera conversas reais com leads, não só mensagens ignoradas.

Lola Gonçalves

23 de abr. de 2025

Tudo que você precisa saber sobre cadência multicanal B2B.

Tem muita gente montando cadência como quem monta lego. Escolhe os canais, empilha os toques e programa os envios. Tudo certinho, cronograma bonitinho, mensagem formatada. Mas na hora de olhar os resultados, a pergunta que aparece é sempre a mesma: por que tão pouca gente responde?

A resposta costuma estar onde quase ninguém olha: na qualidade da conversa que essa cadência está tentando iniciar. Porque não adianta colocar dez toques no LinkedIn, WhatsApp e e-mail se nenhum deles gera vontade de continuar a conversa.

E é justamente isso que diferencia uma cadência que gera pipeline de uma que só dispara mensagem bonita. O foco aqui não é quantidade de envio, mas a consistência de interações que fazem sentido para quem está recebendo.

O que diferencia cadência de disparo

Cadência de verdade tem ritmo. Tem ponto de partida, conexão de canal e variação de abordagem. Não é só um e-mail seguido de outro, com uma DM no meio. Existe um raciocínio por trás. A mensagem que vem depois considera a anterior. O canal muda porque o anterior não funcionou. O texto muda porque o lead abriu, mas não respondeu. Isso exige contexto, coisa que disparo em massa nunca vai ter.

Quando uma sequência é montada sem considerar comportamento, o que se tem é repetição. E ninguém responde ao que já ignorou antes.

Como surgem boas conversas em cadências B2B

As mensagens que funcionam não são as mais criativas nem as mais detalhadas. São as que parecem ter sido escritas para aquela pessoa. Mesmo que venham de um fluxo automatizado. A primeira mensagem abre o jogo sem forçar. O follow-up tem um gancho novo. E se a conversa avança, ela muda de tom, porque você não fala com um desconhecido da mesma forma que fala com quem já respondeu.

Um bom exemplo: se o lead clicou no seu case, o próximo contato não deveria ser genérico. Faz sentido usar aquilo como gancho, puxar um insight do case e provocar um "isso também pode se aplicar aí".

Boas conversas surgem quando existe escuta ativa, mesmo dentro de uma cadência automatizada. E escuta ativa, aqui, é comportamento: abertura, clique, visita, conexão aceita. Tudo isso dá pista.

Como estruturar uma cadência multicanal B2B com lógica e contexto

Usar múltiplos canais não significa repetir o mesmo texto em vários lugares. LinkedIn, e-mail, WhatsApp e afins têm dinâmicas diferentes. Uma mensagem que funciona bem no e-mail pode soar forçada no LinkedIn. Um convite direto no WhatsApp pode parecer invasivo se não houver contexto anterior.

Na prática, isso significa que a cadência precisa respeitar o canal, o momento e o tipo de interação. Pode começar leve com uma conexão no LinkedIn, ir para um e-mail com mais profundidade e depois testar uma abordagem mais direta em outro canal, se houver sinal de interesse. Tudo com espaço, sem atropelo.

Trocar de canal deve ser uma forma de dar continuidade, não de repetir o que já foi dito com outra roupagem.

Boas práticas para gerar conversas em escala

Antes de montar qualquer sequência de prospecção ou ajustar uma cadência de prospecção B2B, é preciso entender com quem você está falando. ICP claro, segmentado. A personalização não está no nome da empresa ou do cargo, mas no contexto real: o que esse lead está vivendo que se conecta com a sua oferta? Por que faria sentido ele te ouvir agora?

Mensagens que geram resposta geralmente trazem um ponto específico, que mostra que você fez uma conexão que vale a pena considerar. Não precisa ser longo, nem rebuscado. Precisa ser honesto e direto.

Automatizar é possível e desejável quando se tem estrutura. O que não dá é para ligar o Lemlist, colocar um template e sair mandando.

Documentar, testar e evoluir

Uma cadência outbound multicanal não é estática. Depois de criada, ela precisa ser acompanhada. E quando algo precisa mudar, você precisa saber o que está rodando ali. Documentar ajuda nisso. 

Pode ser print do Make, esquema no Notion, planilha no Drive. O formato pouco importa. O que interessa é conseguir responder às seguintes questões: esse fluxo está falando com quem, de que jeito, com que objetivo.

Com a base estruturada, dá pra testar variações. Mudar a ordem dos toques, trocar um canal, testar um argumento novo. Mas sem perder a referência do que já estava validado. Não existe cadência perfeita, mas existe cadência que melhora com o tempo.

Conclusão

Cadência que funciona é aquela que abre espaço para conversa real. Que respeita o tempo do lead, o canal certo e o tom adequado. Que muda conforme o comportamento. Que sabe quando insistir e quando parar. Que gera resposta, não porque pressionou, mas porque fez sentido.

Se a sua sequência atual parece bonita no papel, mas ninguém responde, talvez seja hora de rever não o layout dela, mas a conversa que ela está tentando puxar.

Sua cadência está abrindo diálogo ou só tentando forçar um agendamento?

© 2025 TRA - Todos os direitos reservados

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